Boletim da ONU n.º 89

A COP 23 foi a primeira Conferência sobre o Clima desde que o Presidente Trump anunciou a sua intenção de retirar os EUA do Acordo de Paris. A Conferência realizou-se na Alemanha, de 6 a 17 de Novembro, em Bona, com Fiji que mantém a Presidência, e 35.000 participantes dos Estados Membros e da Sociedade Civil. Graças ao apoio da Maryknoll Global Concerns (que está acreditada no processo das UN sobre o Clima) consegui inscrever-me para a segunda semana como observadora, em que participei em pleno na “ Zona de Ação sobre o Clima em Bona” . Foram 5 dias informativos, iluminadores e desafiantes. Participei em 28 sessões diferentes e tive oportunidades maravilhosas de contacto com pessoas e grupos da natureza religiosa, profissionais e outros de todo o mundo que trabalham pela justiça climática. No nosso último Capítulo Geral, comprometemo-nos como RSCM a “agir responsavelmente de modo a assegurar o respeito pela Terra e a sua sustentabilidade” (CG 2013, p.3). “Desenvolvimento Sustentável para Todos” é um dos temas chave que tratamos nas UN através da nossa colaboração, serviço em rede e defesa. A participação na COP23 deu-nos muitas oportunidades para escutar as vozes que têm sido silenciadas – a voz da própria terra, e de muitas mulheres que estão na linha de fronteira das ameaças das alterações climáticas e que, muitas vezes, servem como “primeiras colunas” na tentativa de resposta às crises humanitárias relacionadas com essas alterações.
Nesta edição especial do Boletim das UN, procuramos realçar uma selecção das muitas sessões valiosas em que estivemos e
de informações recolhidas.

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Boletim da ONU n.º 90

Nos princípios de Fevereiro participamos na sessão anual da Comissão para o Desenvolvimento Social (CSoc D56) que esteve reunida durante dez dias. A Comissão tem uma responsabilidade particular pelo desenvolvimento social, “pilar” do desenvolvimento global, com o foco na juventude, pessoas com deficiência, pessoas idosas e a desigualdade. Falando na abertura da Comissão, a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed disse: “A nível global, temos experimentado reduções significativas da pobreza extrema. Também se fizeram grandes progressos no acesso à escolaridade e aos cuidados de saúde, promovendo a capacitação das mulheres, das jovens, das pessoas com deficiência, das pessoas idosas e das populações indígenas. Porém, a diminuição da pobreza extrema continua desigual em diversas regiões, nos países e entre os vários grupos sociais”, afirmou ela.

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Boletim da ONU n.º 91

Durante a Comissão sobre o Estatuto da Mulher, juntaram-se na Sede das UN, em Nova Iorque, cerca de 4.400 representantes dos 170 Estados Membros e mais de 600 organizações da sociedade civil. Tivemos a alegria de ter 6 participantes RSCM que ieram de 3 Províncias, assim como outras 4 participantes, antigas alunas de Marymount e colaboradores. O tema prioritário para a sessão deste ano foi “Desafios e oportunidades para atingir a igualdade de género e a capacitação das mulheres e meninas de zonas rurais” e o tema revisto sublinhou o papel das mulheres nos media. Depois de duas semanas de intensas negociações foi
adoptado, por unanimidade na sessão de encerramento, o documento com a conclusão formal, conhecida como “Agreed Conclusions” (Conclusões Acordadas). Identificaram-se medidas concretas para assegurar os direitos, o bem-estar e a resiliência das mulheres e meninas de zonas rurais e a importância de assegurar o igual acesso à terra e aos fundos produtivos e ainda a um trabalho equilibrado. Foi ainda reconhecido o papel crucial das mulheres no compromisso de questões da insegurança da fome e da alimentação e a necessidade do acesso a recursos e à tecnologia. Deu-se grande importância ao garante da educação e saúde para as mulheres e meninas, e fez-se um apelo urgente para acabarem todas as formas de violência e práticas danosas.

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Boletim da ONU n.º 92

Na sua Encíclica Papal de 2016, o Papa Francisco escreveu “O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral” (Laudate Si. #13). Sobre este tema, no nosso Boletim das UN, focamo-nos em dois grandes eventos que aconteceram durante os dois últimos meses e que estão intimamente ligados a este desafio. Quer o Forum Permanente sobre as Questões Indígenas ( na Sede das UN, em Nova Iorque) como o Forum Social Mundial, em Salvador, Brasil, abordaram as lutas dos povos, relacionadas com os direitos à
terra e aos recursos naturais. Os que hoje vivem nas margens da nossa sociedade estão, muitas vezes, longe dos centros do poder, fora do diálogo e a maior parte em risco de “ficarem para trás”. Ambos os Forums deram prioridade às suas vozes e às suas lutas pela justiça. As RSCM estiveram intimamente ligadas a estes dois eventos. Sobre este tema, temos a alegria de partilhar as experiências das Irmãs Mary Jo McElroy (PEN) – Coordenadora Internacional da Rede JPIC; Ana Helena Andreão (B) e Rita de Cássia – Coordenadora da REAJE, do Brasil, que também participou no Forum Social Mundial.

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